18.3.12

A Guardiã da Minha Irmã - Jodi Picoult


Título: A Guardiã da Minha Irmã
Autor(a): Jodi Picoult
ISBN: 9788576861294
Editora: Verus
Páginas: 433
Classificação: 5/5 


Quando pequena Anna Fitzgerald costumava se perguntar por que as pessoas decidiam ter filhos. Ela então acabou descobrindo que, na maioria dos casos, essas pessoas não decidiam, apenas acontecia da forma e no momento mais inesperado possível.

Bem, com Anna foi diferente. Ela não foi ‘um acidente’; foi uma das crianças mais esperadas e mais desejadas. Não porque seus pais queriam mais uma filha para aumentar a família e/ou para sentirem-se realizados; mas sim porque queriam salvar a vida de uma filha que já tinham, Kate, e que sofria de um tipo raro de leucemia.

Logo quando nasceu, Anna doou para sua irmã sangue de seu cordão umbilical. Aos cinco anos doou linfócitos. Depois medula óssea, granulócitos, células-tronco... Sempre que Kate voltava a apresentar sintomas de uma recaída, Anna tinha de doar uma parte de si. Ela não estava doente, mas se sentia como tal. Aos 13 anos, depois de ter passado por diversos processos médicos, Anna teria que doar um rim à Kate. É aí então que ela entra com um processo na justiça pedindo sua emancipação médica.

Algumas pessoas podem ver Anna como uma garota egoísta, que só queria um pouco de atenção para si. Tenho certeza que ela realmente queria um pouco mais de atenção, mas não foi esse o motivo que a fez tomar essa decisão. Anna sempre viveu em função de Kate; ela nasceu, somente, para salvar a vida de Kate. Nunca a negou nada, nenhuma parte de seu corpo; e também, seus pais nunca a perguntaram como ela se sentia sobre isso. Junto a Kate, Anna era quase invisível. Ao pedir emancipação, Anna não estava querendo prejudicar Kate, ela só queria ter a chance do tomar decisões sobre seu corpo, queria ter a chance de viver como uma pessoa normal.

- Você quer saber o que eu quero? Ser cobaia me deixa doente. Ninguém me pergunta o que eu acho de nada disso, e isso me deixa doente. Eu estou doente, mas nunca fico doente o suficiente para essa família, porra!

Sara me pareceu o tipo de mãe que faz tudo para salvar um filho. O problema é que ela conseguia enxergar somente o que era melhor para Kate. Esquecendo-se assim que suas decisões poderiam prejudicar Jesse, seu filho mais velho, e Anna, a quem ela sempre enxergou como um remédio precioso para a doença de Kate.
- Você já escolheu o nome?


Fico espantada ao me dar conta de que não escolhi. Embora eu esteja grávida de nove meses, embora eu tenha tido bastante tempo para sonhar, não parei para refletir sobre os detalhes dessa criança. Pensei nessa filha apenas em termos do que ela vai poder fazer pela filha que já tenho. Não admiti isso nem para Brian, que à noite deita a cabeça na minha enorme barriga esperando pelos chutes que anunciam a chegada do que ele acredita ser a primeira kicker mulher dos Patriots. Mas meus sonhos para ela são tão grandiosos quanto: salvar a vida da irmã.
Jesse era o típico filho problemático que fazia coisas erradas para tentar ganhar a atenção que nunca tivera. Mas que amava muito suas irmãs e que sempre estava pronto para ajudar, mesmo seus pais nunca tendo percebido isso. 

Olho para baixo e vejo uma mancha do tamanho de uma moeda na dobra do braço dele. Há uma igual do outro lado. Deve ser significativo o fato de que imediatamente penso em heroína e não em leucemia, como pensaria se visse isso em suas irmãs.


- O que é isso?

- Nada

- O que é?

- Não é da sua conta.

- É da minha conta, sim – eu digo, abaixando o braço dele. – É uma agulha?

Ele ergue a cabeça com ódio nos olhos.

- É mãe. Eu me injeto a cada três dias. Mas não estou injetando heroína, estou tirando sangue no terceiro andar desse hospital. –Jesse me encara. – Você nunca se perguntou quem mais estava doando plaquetas para a Kate?
Brian, o pai, talvez tenha se tornado meu personagem favorito. E com certeza era o mais sensato de todos. Ele amou seus filhos igualmente e estava disposto a fazer tudo para salvar a vida de Kate, desde que isso não prejudicasse um de seus outros filhos. Sempre foi atencioso com Anna, e o único percebia quando havia algo de errado com ela.

Kate, por sua vez, era uma boa garota. Sofria, e estava cansada disso, assim como todo mundo. Para ela, Anna era sua única amiga de verdade. E Kate também era a única amiga de Anna. Peguei-me várias vezes rindo de peças que as duas pregavam em outras pessoas.

Paralelo à estória dos Fitzgerald conhecemos o romance entre Júlia e Campbell, que namoram durante a adolescência, mas que acabaram se separando e só se reencontraram graças à Anna – já que ele era o seu advogado e Julia era sua a curadora ad litem.

Cada capítulo do livro é narrado por um personagem diferente. O que nos ajuda a entender as decisões de cada um deles. Fui cativada por todos, até mesmo por Sara. O livro é cheio de personagens, mas em nenhum momento achei que algum deles fosse desnecessário.

Eu já havia visto a adaptação desse livro para o cinema, Prova de Amor. No entanto, há mais personagens no livro e o final é bem diferente. Acho que prefiro o final do filme, mas se as coisas tinham que acontecer como aconteceram no livro, acho que não conseguiria pensar em algo melhor do que aquilo que a Jodi escreveu –se é que vocês me entendem. Só não me surpreendi tanto, porque fui procurar informações sobre o livro e acabei lendo um Spoiler terrível. Mas ainda assim, me emocionei muito.

Quando li pela primeira vez um livro da Jodi Picoult, O Pacto, eu não esperava nada dele e me surpreendi. Já quando comecei a ler A Guardiã da Minha Irmã, eu esperava muita coisa, e alcancei todas as minhas expectativas. Jodi é maravilhosa, se tornou uma de minhas autoras favoritas e, A Guardiã da Minha Irmã a melhor leitura do ano e um de meus livros favoritos! 





12 comentários:

Bianca Sampaio disse...

Oi, Carolina!
Jodi é mesmo surpreendente! Esse livro tem tudo para ser um dos meus favoritos também, adorei a história em si e o fato de ser narrado por personagens diferentes me agradou bastante, porque tira o foto de uma pessoa só, você tem uma visão geral do livro. Muito boa a resenha, fiquei muito curiosa!

Beijos,
Bianca - Epílogos e Finais

Luana Feres disse...

Fiquei com mais vontade de ler esse livro agora, depois da tua resenha. Ficou muuito boa, sério mesmo. A Jodi me conquistou em O pacto, mas creio que eu vá gostar ainda mais desse, por ser um daqueles livros que fazem a gente se colocar no lugar dos personagens. Tô muito curiosa com esse final diferente, achei que o do filme foi bom. Mas não sei, acho que já imagino o que vai acontecer... Espero ler em breve. :(

Danni disse...

Eu sempre quis ler esse livro mas dai eu assisti o filme e quando assisto um filme antes de ler o livro, perco toda a vontade de ler o livro rsrs Mas sua resenha ficou ótima, Carol <3

Beijos :*

Cecilia disse...

sua resenha está otima, fiquei com vontade de ler o livro apesar de nunca ter ouvido falar antes :)

http://himi-tsu.blogspot.com.br

Ágata Bresil disse...

Gosto quando não espero nada da escrita de um autor e ele me surpreende com a Jodi te surpreendeu. Nunca li nada dela e nunca sequer ouvi falar dela, mas agora prestarei mais atenção.

Beijos. Tudo Tem Refrão

Unknown disse...

Oi Carol!
Poxa, amei a sua resenha sério! Nem li o livro ainda e já me emocionei só com a resenha, imagina com o livro.
Não sei se tenho coragem para ler algo tão denso assim! São tantas emoções conflitantes, imagino como uma filha deve se sentir ao saber que nasceu basicamente com o único propósito de salvar a vida de sua irmã! Por isso não vi o filme e nem li o livro ainda, não porque tenha dúvidas de que seja bom, mas por ser mole mesmo! rs
Quem sabe mais à frente! Adorei os quotes escolhidos, e tenho a impressão de que um dos meus personagens preferidos seria o irmão mais velho das meninas.
Beijos!
Ps. Queria te perguntar uma coisa há um tempo, mas sempre esqueço! Você chegou a receber o livro da Ed. Arqueiro que ganhou lá no blog? Espero que sim, pergunto só por via das dúvidas, porque com o tempo que faz ele com certeza já deve ter chegado faz tempo!
=*

Unknown disse...

Oii!
Eu tenho esse livro há um tempo e ainda não li! Preciso estar com vontade de ler algo triste, pois sei que vou chorar! HAHA
Mas tenho certeza de que é uma história linda, só pela sua resenha já percebi isso! Ainda não vi o filme, só vou ver depois de ler.
Adorei sua resenha, ficou muuito bonita. :)
Beijos!

Poliana Araújo disse...

Oi, tudo bom?
Suas resenhas são ótimas, tentarei vir mais vezes quando postar.
Falando da resenha, posso dizer que o livro é realmente intenso.
Quero ler este lviro também.
kkkkkk
Território das garotas
@territoriodg
Bjss *-*
Passa lá no blog?
http://territoriodascompradorasdelivro.blogspot.com/

Juba DAzvdo disse...

Adorei a resenha.
Não conhecia esse livro da Jodi Picoult, mas agora com certeza é mais um para minha lista de Vou ler no Skoob.
Linda, tbm gostaria de lhe informar que tem selinho para você no Overdose de Beladona.
Bjuxxxxxxxxxxxxx

@jujubalex
http://overdosedebeladona.blogspot.com.br/

Raquel disse...

Quero muito ler esse livro! Já pensei em assistir o filme, mas sei que me arrependerei se assistir antes de ler heheh
É até difícil se imaginar na situação da Anna de tão horrível e absurdo que é. Não vejo como egoísmo, mas não acho justo a Anna se sacrificar a vida inteira por causa da irmã. Mas isso é uma opinião apenas de quem leu a sinopse e algumas resenhas, talvez no lendo o livro eu mude de idéia, mas duvido muito heheh.

Andresa V. Branco disse...

Blog lindo e caprichado como sempre, amei a resenha (:

Andresa Vidal
www.inbookshelf.com

Michelly Melo disse...

Não conhecia esse livro ainda, mas gostei muito da história! Parece ser bem legal :)

Beijos

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